Adoro experimentar novas receitas e descobrir novos sabores, aromas e texturas gastronômicas, pode ser um novo suco, biscoito, um doce, salgado ou mesmo uma geléia, como é este caso. Quando criança não me interessava muito pelas marmeladas e suas “primas” e agora vejo que perdi tantas delícias….mas tudo bem, na vida a gente tem que melhorar e aprimorar, não é? Esta receita há muito estava pedindo para ser testada, é uma geléia mais amarguinha do que as açucaradas disponíveis no mercado. Gosto muito de fazer geléias e acho o máximo comer uma fatia de pão ou iogurte com as minhas produções. Esta aqui eu nunca havia feito nem provado, então acho que ficou muito gostosa. Minha irmã e minha mãe acham que da próxima vez deveria diminuir um pouco o açúcar – em casa não somos muito adeptos das coisas muito açucaradas. Definitivamente será testada novamente para apurar o paladar.
A receita é de uma famosa geléia Escocesa chamada Dundee Orange Marmalade e vem dos idos de 1700. A história contada é que um comerciante da cidade de Dundee comprou o carregamento de laranjas de um navio espanhol que se refugiava de uma tempestade no porto local. Ocorre que ao comprar as laranjas verificou que eram muito amargas e não conseguiria vendê-las. Sua esposa aproveitou as frutas para fazer conservas e ficaram tão populares que o comerciante começou a comprar regularmente as tais laranjas (Sevilles). Em 1797 outra geração da família resolveu abrir a primeira fábrica de geléias do mundo, a Keiller.
Segue a receita traduzida daqui com as minhas observações (que ninguém é de ferro!).
Dundee Marmalade
1.820 g de laranja Seville ou laranja amarga (usei Mexerica Rio)
2 limões
8 xíc. de água
3.640 g de açúcar (usei 1k e acho que ainda ficou doce)
Lave as laranjas e limões e coloque inteiros numa panela grande. Junte a água e deixe cozinhar por 1 ½ h até que a fruta esteja com a casca macia e possa ser facilmente furada. Quando estiver no ponto remova as frutas e deixe esfriar. Retire as cascas e com cuidado raspe toda a pele branca, corte em fatias bem finas. Achei bem fácil fazer isso pois as cascas não estavam nem duras nem molengas, ficaram no ponto certinho para raspar a pele branca. Bem fácil. Retire as sementes e junte ao suco, ferva por 10 minutos e coe. Acrescente as cascas cortadas ao suco, leve para ferver, junte o açúcar e mexa em fogo baixo até dissolver. Deixe ferver sem mexer por ½ h ou até que esteja em ponto de geléia (mais ou menos 108°C). A minha receita demorou mais tempo, talvez por eu ter reduzido a quantidade de açúcar. Para ver se está no ponto: pegue uma colher de geléia e jogue o conteúdo em uma panela gelada, irá enrrugar se estiver pronta.
Esterilize vidros por no mínimo 10 minutos em água fervente e uns 3 minutos as tampas (de alumínio). Despeje a geléia nos vidros ainda quentes e tampe imediatamente. A minha receita rendeu quase 2k de geléia. Da próxima vez acho que colocarei mais mexericas, gosto de morder a casquinha ao comer a geléia.
Verena, eu adoro as marmelades, especialmente as que usam laranjas e limoes diferentes. A de laranjas vermelhas eh um espetaculo. A cor da sua ficou linda. Vai pro menu? 😉
beijo!
Nossa, vale a pena experimentar, que coisa, e ficou doce… Já anotei!
Beijinhos,
Ficou linda mesmo mas haja açúcar.
Eu tbm não gostava qdo era criança. Acho que com o tempo o paladar vai desenvolvendo…ainda bem!
bjinho.
Gostei da receita, e principalmente gostei da história!
E é sempre assim que boas receitas surgem na gastronomia. Dos limões azedos faz-se uma boa limonada. Obrigado pela história e pela dica de receita.
Até
Alessander Guerra
http://www.cuecasnacozinha.blogspot.com
Que surpresa! Fiquei conhecendo DUNDEE / SCOTLAND em dezembro de 2005, pena que a marmelada não. Agora, os cookies de lá são de comer rezando.